Magdeburgo. Sauditas pediram extradição de autor do atentado em mercado de Natal

por RTP
Cidadãos deixam velas e flores como sinal de homenagem às vítimas do ataque de sexta-feira Reuters

Uma fonte ligada ao governo da Arábia Saudita revelou à agência France Presse esta segunda-feira que o país há muito pedia à Alemanha a extradição do suspeito de ser autor do atentado ao mercado de Natal em Magdeburgo, na Alemanha.

“Houve pedidos de extradição”, de acordo com uma fonte do governo saudita à agência francesa de notícias. As autoridades sauditas revelaram que há muito que avisavam para os perigos que Taleb Jawad al-Abdulmohsen representava. No entanto, a Arábia Saudita nunca especificou as razões para haver uma extradição.

O suspeito, médico de profissão, tem 50 anos encetou um ataque num mercado de Natal em Magdeburgo. Este ataque matou pelo menos cinco pessoas e fez mais de 200 feridos. Apesar de nunca ter sido abordado, a Arábia Saudita tinha deixado avisos sobre o médico, de acordo com o Der Spiegel.

De acordo com a publicação alemã, o suspeito havia deixado indícios preocupantes nas redes sociais em que falava do tratamento alemão a refugiados sauditas e que os alemães teriam de “pagar um preço” por esse mesmo facto.

Noutras publicações, o suspeito acusou a Alemanha de não proteger os sauditas que fugiam do regime de Mohammad bin Salman, enquanto deixava entrar muçulmanos com ideais radicais.

Por isso, três dias depois do ataque, muitos são os que questionam se o ataque podia ter sido travado a tempo com vários relatos a darem conta de que as autoridades tentaram abordar o médico mas sempre sem sucesso.

O diretor da polícia criminal alemã, Holger Munch, revelou que de facto as autoridades alemãs receberam avisos por parte da Arábia Saudita no ano passado mas que a investigação trouxe conclusões vagas sobre o médico.

Agora, Taleb Jawad al-Abdulmohsen está em prisão preventiva e é acusado de homicídio, homicídio na forma tentada e ofensas corporais graves.

Num mercado de Natal, em Magdeburgo, al-Abdulmohsen avançou, com um carro, sobre a multidão por mais de 400 metros. Já foi confirmada a morte de cinco pessoas, incluindo uma criança de nove anos, e mais de 200 pessoas ficaram feridas, com pelo menos 40 a permanecerem em estado grave.

Na cidade, o local do atentado tornou-se num sítio de homenagens com muitas coroas de flores e velas a relembrarem as vítimas, numa altura do ano difícil e em que tentam aceitar o sucedido. As autoridades da cidade deixaram ainda críticas aos vários partidos políticos por quererem politizar o atentado.
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